Com o começo do ano escutista 2010/2011 entrámos, também, no terceiro ano, na recta final, do Plano Trienal Nacional 2008-2010 «Dar Sentido ao Caminho».
No primeiro ano, 2008/2009, que foi também Ano Jubilar Paulino, com São Paulo fomos incentivados a olhar para o Caminho e a trilhá-lo sob o lema «Viver é Caminhar!». Trabalhar a Conversão e o Crescimento foram sugestões que não desperdiçámos.
No ano passado, 2009/2010, com a beatificação de São Nuno de Santa Maria em Abril de 2009, o chamamento era feito para os Valores, através da evocação do próprio São Nuno e o mote era «Caminhar é Viver Valores!». O apelo foi que olhássemos para os Valores do Mundo, para os Valores do Reino de Deus para os nossos próprios valores como escuteiros.
Este ano, 2010/2011, é com a Beata Madre Teresa de Calcutá que trilharemos o fim deste caminho de conversão, de crescimento, de valores. Teresa de Calcutá - aliás Agnes Gonxha Bojaxhiu, nascida na Macedónia há precisamente 100 anos - foi para a India à procura da missão que Deus tinha para lhe confiar, a fundação das Missionárias da Caridade. Ali serviu, ali deu o seu Testemunho que espalhou ao mundo. Morreu em 1997, não foi há muito tempo, mas o que conseguiu tornar possível será lembrado por muitos muitos anos. Agnes soube ser "Homem Novo em Tempo Novo".
Teresa de Calcutá ensinou-nos algo tão simples como a verdade de que a CARIDADE não é a pena, não é o ajudar à procura de recompensa ou notoriedade. CARIDADE é AMOR - como também lembra o Papa Bento XVI.
E se Viver é Caminhar, se Caminhar é viver valores, e se Viver valores é amar!
Então, Viver é Amar!
Do Plano Trienal:
«CARIDADE
Viver valores é amar.
Acolher o projecto de Deus e materializá-lo em valores de referência para a vida, conduz à caridade. Longe de qualquer sentido redutor ou depreciativo, a caridade é a atitude mais genuína do ser-cristão. A atitude caritativa engrandece o ser humano e fá-lo encontrar o sentido último da sua vida. «A felicidade está mais em dar do que em receber» (Act 20,35). «É dando que se recebe» (São Francisco de Assis) e, «o melhor meio para alcançar a felicidade é contribuir para a felicidade dos outros»[1] (Baden-Powell). Deus colocou-nos neste mundo, em primeiro lugar, para sermos por Ele amados, em segundo lugar, para nos amarmos uns aos outros. Conhecendo a fraqueza e limitação humana, Deus enviou o Seu Filho ao mundo, para nos ensinar a amar.
Na contemplação do amor de Cristo, aprendemos a caridade.
Serviço
Cristo ensinou-nos, com a vida, o que é o Serviço: «não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por todos» (Mc 10,45). Na senda do Mestre, quem ama serve! (Jo 13). Na atitude de serviço, Cristo cumpre a vontade do Pai.
Aquele que serve os irmãos serve o próprio Cristo (Mt 25,31-46). A lógica do mundo não se confunde, neste particular, com a nova lógica do reino dos Céus, pois aqui é maior aquele que se faz pequeno (Mt 18,4).
O cristão tem no Reino dos Céus a sua meta, na caridade o azimute e, no serviço, os passos concretos de cada dia, materialização do espírito caritativo.
A maior prova do serviço de Cristo à Humanidade encontra-se na Cruz. Por isso, para seguir o Seu exemplo, o Senhor pede a cada um que pegue igualmente na sua cruz em cada dia, para assim ser digno de ser Seu discípulo (Lc 14,27).
Testemunho/Missão
A caridade autêntica está sempre associada a «martírio», no sentido próprio do termo, isto é, testemunhal. Ou seja, o amor verdadeiro dá o maior testemunho de vida possível. Mais do que palavras ou doutrinas pregadas, a vida concretizada em gestos de amor fala sempre mais eloquentemente. Nada «contagia» melhor os outros que um testemunho coerente de vida, alicerçado no amor que vem de Deus e levado à pratica na caridade. Quem ama, anuncia!
Na autenticidade da vivência do amor, reside o poder evangelizador e a sua eficácia.
A caridade é comparável a um tesouro que não se pode guardar, enquanto houver uma só pessoa que ainda não o conhece. Paradoxalmente, quanto mais se partilha este tesouro, mais ele aumenta. Decorre da sua própria natureza, o facto de a caridade ter de ser partilhada. A sistematização desse movimento envolvente de projecção para o outro tem o nome de Missão.
O Escuta acolhe a missão de testemunhar, com a vida, o amor que vive, no serviço a Deus, aos outros e ao mundo.
3.ª Etapa: CARIDADE – 2010/2011
Propomo-nos seguir o exemplo de Beata Teresa de Calcutá;
Viver valores é amar;
Quem ama, testemunha!
A respeito desta ilustre figura do século XX, poucas palavras célebres se conhecem. Poucas pessoas sabem citar alguma expressão verbal que tenha marcado a sua vida. Contudo, no que toca às obras, quase ninguém fica indiferente ao seu testemunho profundo de caridade.
A sua presença foi muitas vezes incómoda, pois desinstalava, com a suave fragrância do amor oblativo e altruísta que emanava, os corações acomodados e fechados sobre si mesmos.
Na sua obra de dedicação aos mais pobres dos pobres, Madre Teresa tornou-se num estímulo à vida na caridade. É esse o exemplo que queremos seguir!
(Sugestão: consultar n. 18 de Deus caritas est de Bento XVI)
[1] BADEN-POWELL, Última Mensagem do Chefe in Escutismo para Rapazes, 333.»
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