A poucas semanas de reiniciarmos mais um ano escutista, valerá a pena documentarmo-nos para nos inspirarmos na planificação nacional, regional e de núcleo para melhor prepararmos os nossos trabalhos a nível de agrupamento e de unidade. Aqui apresentamos, para já, a base temática do plano trienal nacional para o ano escutista 2012/2013, que tem São pedro como personagem principal e inspiração.
2012/2013
VERDADE
“Tu és o Messias, o Filho de Deus Vivo”
Tema:
“Tu és o Messias, o Filho de Deus Vivo”
(Mt 16, 16)
Personagem:
Pedro
Símbolo:
Chaves
Referências:
Apóstolo/Coluna da Igreja
Verdade, ou verdades? Essa é a grande questão que importa colocar antes de mais.
Em geral, as mais variadas correntes contemporâneas rejeitam liminarmente a referência
ao absoluto de uma só Verdade, preferindo refugiar-se na aceitação da verdade de
cada um, o mesmo é dizer, de muitas verdades.
O cristianismo rejeita esse relativismo, pois conhece Cristo Jesus, a única Verdade do
Homem e do Mundo. Só à luz desta Verdade é possível encontrar cabal resposta à fundamental
questão antropológica: “Que é o Homem?”.
Não se pode amar o que se desconhece, e não se procura o que nem se sabe que existe.
Por isso, é inteiramente compreensível que muitas pessoas vivam em busca de verdades
transitórias e efémeras, que erradamente tomam por certas, manifestando assim
uma desorientação na busca da verdade que as preencha, a que ainda não aprenderam a
dar o nome de Senhor.
Por isso, humilde mas firmemente, sem timidez ou receio de qualquer espécie, os
cristãos assumem a missão de dar a conhecer a Verdade a todas as pessoas, certos de
que a Verdade é fundamento da esperança.
O Apóstolo Pedro representa a firmeza – que é dada pela Igreja na pessoa de Pedro –
no reconhecimento de Jesus como Messias.
PEDRO
O seu processo de conhecimento de Jesus foi gradual, com algumas etapas de dúvida ou
de fragilidade, mas sempre marcado por uma grande sinceridade, espontaneidade e ardente
paixão pelo Mestre, o que fez com que, inclusive, acabasse por participar de forma muito
profunda na Paixão de Cristo, sendo martirizado numa cruz.
Por isso, com Pedro queremos contemplar duas dimensões fundamentais: a de Apóstolo
e a de Coluna da Igreja.
APÓSTOLO
Pedro foi escolhido por Jesus para ser seu discípulo e Apóstolo, um dos Doze.
Era pescador de profissão, e foi escolhido para se tornar “pescador de Homens”. Com
os demais Apóstolos, experimentou o que significa “seguir o Mestre aonde quer que Ele vá”.
Conviveu com Jesus, escutou-o, viu os gestos e sinais que Ele realizou, meditou nas suas
palavras, aprendeu com Cristo a caridade e recebeu d’Ele o ardor da evangelização.
A sua vida transformou-se quando Jesus nela entrou. Encontrou Aquele que tem palavras
de vida eterna (Jo 6,68) e, a partir daí, fez de toda a sua existência uma contínua proclamação
dessa novidade.
Uma das mais importantes virtudes que evidenciou foi a de deixar que o seu carácter,
predominantemente intempestivo, desse lugar à docilidade aos planos de Deus. Por isso,
Pedro representa a assunção do real, isto é, à verdade da sua existência, numa lógica de
permanente conversão à Verdade que é Cristo.
Proclamar a Verdade, como Pedro, requer um caminho pessoal de conversão a Cristo.
COLUNA DA IGREJA
Pedro foi escolhido para ser coluna da Igreja. Esta escolha foi feita pelo Senhor Jesus, e
fez de Pedro uma espécie de “guia escutista” da Igreja nascente. O seu ministério foi desempenhado
com as outras colunas, os demais apóstolos, numa lógica de comunhão, apesar de
algumas diferenças de opinião.
A sua autoridade foi reconhecida pela Igreja e, Pedro desempenhou, sem dúvida, um
papel determinante na Igreja primitiva. A ele devemos parte da Igreja que somos.
Assim como foi Cristo quem o elegeu como pedra sobre a qual a Igreja seria edificada
(Mt 16, 18), foi também o Espírito Santo a conduzir o seu ministério na mesma Igreja (Act
4,8). Por isso, a sua vida ao serviço da Igreja fala-nos da acção de Deus na vida de um homem.
Sendo coluna da Igreja, Pedro entregou-se ao serviço da Verdade.
Com Pedro descobrimos que é na Igreja que melhor podemos servir a Verdade.